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De Dicionário de História Cultural de la Iglesía en América Latina
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A história da Igreja em Santa Catarina, em seus primeiros séculos está ligada à história da Igreja no território brasileiro: integrou a diocese de São Salvador da Bahia (1551), a prelazia de São Sebastião do Rio de Janeiro (1575), cuja jurisdição ia da capitania de Porto Seguro ao Rio da Prata. Em 16 de novembro de 1676, a prelazia foi elevada à diocese, nela permanecendo o território catarinense, mesmo após a criação da diocese de São Paulo em 1745.
 
  
Devido às evidentes distâncias, a capitania e província de Santa Catarina, teve apenas duas visitas do bispo do Rio de Janeiro durante o período colonial e imperial: em 1815 e 1845. Em 27 de abril de 1892, o Papa Leão XIII  criou a diocese de Curitiba com território dos Estados do Paraná e Santa Catarina. Escutando os apelos dos fiéis católicos, pela bula ''Quum Sanctissimus Dominus Noster'' o papa São Pio X criou a diocese de Florianópolis em 19 de março de 1908, com área do território de Santa Catarina.
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== '''Historia''' ==
  
O primeiro bispo diocesano, Dom João Becker, assumiu em 12 de outubro de 1908. A bula ''Inter Praecipuas'' do papa Pio XI elevou a diocese de Florianópolis à Sé metropolitana, em 17 de janeiro de 1927, criando a Província Eclesiástica com as dioceses de Joinville e Lages. A seu tempo, foram criadas as dioceses de Tubarão (1954), Chapecó (1958), Caçador e Rio do Sul (1968), Joaçaba (1975), Criciuma (1998) e Blumenau (2000).  
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A história da Igreja em Santa Catarina, em seus primeiros séculos está ligada à história da Igreja no território brasileiro: integrou a diocese de São Salvador da Bahia (1551), a prelazia de São Sebastião do Rio de Janeiro (1575), cuja jurisdição ia da capitania de Porto Seguro ao Rio da Prata. Em 16 de novembro de 1676, a prelazia foi elevada à diocese, nela permanecendo o território catarinense, mesmo após a criação da diocese de [[SÃO_PAULO;_(São_Paulo)_–_Arquidiocese | São Paulo]] em 1745.
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Devido às evidentes distâncias, a capitania e província de Santa Catarina, teve apenas duas visitas do bispo do Rio de Janeiro durante o período colonial e imperial: em 1815 e 1845. Em 27 de abril de 1892, o Papa Leão XIII  criou a diocese de Curitiba com território dos Estados do Paraná e Santa Catarina. Escutando os apelos dos fiéis católicos, pela [[BULA | bula]] ''Quum Sanctissimus Dominus Noster'' o papa São Pio X criou a diocese de Florianópolis em 19 de março de 1908, com área do território de Santa Catarina.
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O primeiro bispo diocesano, Dom João Becker, assumiu em 12 de outubro de 1908. A [[BULA | bula]] ''Inter Praecipuas'' do papa Pio XI elevou a diocese de Florianópolis à Sé metropolitana, em 17 de janeiro de 1927, criando a Província Eclesiástica com as dioceses de Joinville e Lages. A seu tempo, foram criadas as dioceses de Tubarão (1954), Chapecó (1958), Caçador e Rio do Sul (1968), Joaçaba (1975), Criciuma (1998) e Blumenau (2000).  
  
 
Em seus primórdios, o litoral do território catarinense foi povoado pelos índios da nação tupi-guarani, também denominados carijós, cujo número ocilou negativamente até meados do século XVII, quando quase estavam dizimados pelos bandeiramtes paulistas e vicentistas em busca de índios para escravos nas lavouras de cana-de-açucar. No interior se encontravam os índios da nação jê, os xokleng, ou kaingang.  
 
Em seus primórdios, o litoral do território catarinense foi povoado pelos índios da nação tupi-guarani, também denominados carijós, cujo número ocilou negativamente até meados do século XVII, quando quase estavam dizimados pelos bandeiramtes paulistas e vicentistas em busca de índios para escravos nas lavouras de cana-de-açucar. No interior se encontravam os índios da nação jê, os xokleng, ou kaingang.  
  
A evangelização dos carijós foi obra de dois franciscanos espanhóis, Frei Bernardo de Armenta e Frei Afonso Lebron, entre 1537 e 1548. Bem acolhidos, missionaram São Francisco do Sul, Laguna e Ilha de Santa Catarina. A essa obra denominaram «Província de Jesus». A fúria escravagista interrompeu a missão. Seguiu-se a «Missão dos Carijós», obra dos padres jesuítas, cujo primeiro contato foi em 1549, poucos meses após sua chegada ao Brasil.  
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A evangelização dos carijós foi obra de dois franciscanos espanhóis, Frei Bernardo de Armenta e Frei Afonso Lebron, entre 1537 e 1548. Bem acolhidos, missionaram São Francisco do Sul, Laguna e Ilha de Santa Catarina. A essa obra denominaram «Província de Jesus». A fúria escravagista interrompeu a missão. Seguiu-se a «Missão dos Carijós», obra dos padres jesuítas, cujo primeiro contato foi em 1549, poucos meses após sua chegada ao [[BRASIL;_Afrodescendientes | Brasil]].  
  
 
A missão propriamente dita teve início em 1596, na Laguna. Houve planos de se fundar uma residência com colégio, mas a exitosa missão teve o destino interrompido pela cobiça bandeirante, inimiga dos índios e dos padres. Pelo ano de 1650 restavam poucos indígenas. A Capitania de Santa Catarina, criada em 11 de agosto de 1738, sofreu carência demográfica, que a deixava exposta às ameaças dos espanhóis que demandavam o Rio da Prata. Uma solução foi a imigração de casais açorianos entre 1748-1756, católicos praticantes, acompanhados de alguns sacerdotes. Os açorianos marcaram indelevelmente a fé e a cultura do litoral catarinense.  
 
A missão propriamente dita teve início em 1596, na Laguna. Houve planos de se fundar uma residência com colégio, mas a exitosa missão teve o destino interrompido pela cobiça bandeirante, inimiga dos índios e dos padres. Pelo ano de 1650 restavam poucos indígenas. A Capitania de Santa Catarina, criada em 11 de agosto de 1738, sofreu carência demográfica, que a deixava exposta às ameaças dos espanhóis que demandavam o Rio da Prata. Uma solução foi a imigração de casais açorianos entre 1748-1756, católicos praticantes, acompanhados de alguns sacerdotes. Os açorianos marcaram indelevelmente a fé e a cultura do litoral catarinense.  
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Seminário Teológico Convívio Emaús, Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes, Seminário Propedêutico Monsenhor Valentim Loch, Ação Social Arquidiocesana-ASA, Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux, Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, Arquivo Histórico Eclesiástico de Santa Catarina, Escola Diaconal São Francisco de Assis.  
 
Seminário Teológico Convívio Emaús, Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes, Seminário Propedêutico Monsenhor Valentim Loch, Ação Social Arquidiocesana-ASA, Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux, Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, Arquivo Histórico Eclesiástico de Santa Catarina, Escola Diaconal São Francisco de Assis.  
  
===Situação geográfica:==
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===Situação geográfica:===
  
 
A arquidiocese de Florianópolis está situada no Leste do Estado de Santa Catarina, tendo como limites o Oceano Atlântico e as dioceses catarinenses de Blumenau, Tubarão, Lages e Rio do Sul. A superfície da arquidiocese é de 7.878 km2 e a população pelos dados do IBGE (2010) é de 1.561.845, hoje na casa dos 2 milhões. Inclui 30 municípios. Situação atual  (agosto de 2016).  
 
A arquidiocese de Florianópolis está situada no Leste do Estado de Santa Catarina, tendo como limites o Oceano Atlântico e as dioceses catarinenses de Blumenau, Tubarão, Lages e Rio do Sul. A superfície da arquidiocese é de 7.878 km2 e a população pelos dados do IBGE (2010) é de 1.561.845, hoje na casa dos 2 milhões. Inclui 30 municípios. Situação atual  (agosto de 2016).  
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'''JOSÉ ARTULINO BESEN'''
 
'''JOSÉ ARTULINO BESEN'''
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[[SÃO_PAULO;_(São_Paulo)_–_Arquidiocese |  SÃO_PAULO;_(São_Paulo)_–_Arquidiocese]]
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Revisión actual del 05:20 16 nov 2018

Historia

A história da Igreja em Santa Catarina, em seus primeiros séculos está ligada à história da Igreja no território brasileiro: integrou a diocese de São Salvador da Bahia (1551), a prelazia de São Sebastião do Rio de Janeiro (1575), cuja jurisdição ia da capitania de Porto Seguro ao Rio da Prata. Em 16 de novembro de 1676, a prelazia foi elevada à diocese, nela permanecendo o território catarinense, mesmo após a criação da diocese de São Paulo em 1745.

Devido às evidentes distâncias, a capitania e província de Santa Catarina, teve apenas duas visitas do bispo do Rio de Janeiro durante o período colonial e imperial: em 1815 e 1845. Em 27 de abril de 1892, o Papa Leão XIII criou a diocese de Curitiba com território dos Estados do Paraná e Santa Catarina. Escutando os apelos dos fiéis católicos, pela bula Quum Sanctissimus Dominus Noster o papa São Pio X criou a diocese de Florianópolis em 19 de março de 1908, com área do território de Santa Catarina.

O primeiro bispo diocesano, Dom João Becker, assumiu em 12 de outubro de 1908. A bula Inter Praecipuas do papa Pio XI elevou a diocese de Florianópolis à Sé metropolitana, em 17 de janeiro de 1927, criando a Província Eclesiástica com as dioceses de Joinville e Lages. A seu tempo, foram criadas as dioceses de Tubarão (1954), Chapecó (1958), Caçador e Rio do Sul (1968), Joaçaba (1975), Criciuma (1998) e Blumenau (2000).

Em seus primórdios, o litoral do território catarinense foi povoado pelos índios da nação tupi-guarani, também denominados carijós, cujo número ocilou negativamente até meados do século XVII, quando quase estavam dizimados pelos bandeiramtes paulistas e vicentistas em busca de índios para escravos nas lavouras de cana-de-açucar. No interior se encontravam os índios da nação jê, os xokleng, ou kaingang.

A evangelização dos carijós foi obra de dois franciscanos espanhóis, Frei Bernardo de Armenta e Frei Afonso Lebron, entre 1537 e 1548. Bem acolhidos, missionaram São Francisco do Sul, Laguna e Ilha de Santa Catarina. A essa obra denominaram «Província de Jesus». A fúria escravagista interrompeu a missão. Seguiu-se a «Missão dos Carijós», obra dos padres jesuítas, cujo primeiro contato foi em 1549, poucos meses após sua chegada ao Brasil.

A missão propriamente dita teve início em 1596, na Laguna. Houve planos de se fundar uma residência com colégio, mas a exitosa missão teve o destino interrompido pela cobiça bandeirante, inimiga dos índios e dos padres. Pelo ano de 1650 restavam poucos indígenas. A Capitania de Santa Catarina, criada em 11 de agosto de 1738, sofreu carência demográfica, que a deixava exposta às ameaças dos espanhóis que demandavam o Rio da Prata. Uma solução foi a imigração de casais açorianos entre 1748-1756, católicos praticantes, acompanhados de alguns sacerdotes. Os açorianos marcaram indelevelmente a fé e a cultura do litoral catarinense.

No Império, foi estimulada a vinda de imigrantes europeus, porque, com o fim do tráfico negreiro, se colocava o problema da mão de obra. O Império era racista e somente aceitaria brancos. A partir de 1829 chegaram os alemães (católicos e luteranos) e, depois de 1875, os italianos, poloneses, ucranianos (católicos e ortodoxos) e gregos (ortodoxos). No início do século XX aconteceu a migração de gaúchos para o Oeste catarinense.

Felizmente, as novas imigrações vieram acompanhadas de sacerdotes e assim, a assistência dos padres ofereceu atendimento humano, espiritual a essas famílias espalhadas pelo interior. Foram criados núcleos urbanos e novas paróquias. Essa nova realidade tornou necessária a criação de diocese em território catarinense, o que aconteceu em 1908: a nova realidade eclesiástica uniu o povo católico, o dinamismo dos bispos trouxe congregações religiosas masculinas e femininas que, por sua vez, criaram escolas, colégios e hospitais católicos.

No ambiente da migração italiana brotou a santidade de Amabile Visintainer, Santa Paulina, fundadora da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e, na migração alemã, o heroísmo da Bem-aventurada Albertina Berckenbrock.

Instituições em nível provincial:

Tribunal Eclesiástico Regional, Regional Sul 4 da CNBB, Faculdade Católica de Santa Catarina-FACASC, Instituto Teológico de Santa Catarina-ITESC, Seminário Filosófico de Santa Catarina-SEFISC, os 9 Seminários teológicos das Dioceses catarinenses, e 3 de religiosos que cursam a Teologia na FACASC.

Instituições em nível arquidiocesano:

Seminário Teológico Convívio Emaús, Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes, Seminário Propedêutico Monsenhor Valentim Loch, Ação Social Arquidiocesana-ASA, Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux, Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, Arquivo Histórico Eclesiástico de Santa Catarina, Escola Diaconal São Francisco de Assis.

Situação geográfica:

A arquidiocese de Florianópolis está situada no Leste do Estado de Santa Catarina, tendo como limites o Oceano Atlântico e as dioceses catarinenses de Blumenau, Tubarão, Lages e Rio do Sul. A superfície da arquidiocese é de 7.878 km2 e a população pelos dados do IBGE (2010) é de 1.561.845, hoje na casa dos 2 milhões. Inclui 30 municípios. Situação atual (agosto de 2016).

A partir da década de 1970, a arquidiocese de Florianópolis passa por crescimento populacional vigoroso motivado pela indústria do turismo em todo o litoral e pelo êxodo rural especialmente do Oeste do Paraná e do Planalto catarinense. Essas novas populações influenciaram muito o panorama religioso católico e a cultura local.

Paróquias – 73; Comunidades – 554; Santuários – 7; Capelanias militares – 4; Presbíteros – Incardinados e residentes 101; Residentes e não incardinados – 30; Institutos masculinos – 29 residências e 12 congregações; Institutos femininos – 59 residências e 23 congregações; Diáconos permanentes – 150; Comunidades terapêuticas – 6; Novas Comunidades – 7; Estações de rádio católicas – 5; Colégios católicos – 12; Faculdade São Luiz, dos padres dehonianos.

Episcopológio:

Bispos diocesanos:

Dom João Becker – eleito primeiro bispo de Florianópolis em 3 de janeiro de 1908, tomou posse em 12 de outubro de 1908, e foi transferido para Porto Alegre em 1º de agosto de 1912. Administrador apostólico de 1º de agosto de 1912 a 7 de setembro de 1914; Dom Joaquim Domingues de Oliveira – eleito em 2 de abril de 1914, tomou posse como segundo bispo diocesano em 7 de setembro de 1914.

Arcebispos metropolitanos:

Dom Joaquim Domingues de Oliveira – arcebispo metropolitano de 17 de janeiro de 1927 até 18 de maio de 1967;

Dom Afonso Niehues – eleito arcebispo coadjutor e administrador apostólico «sede plena» 3 de agosto de 1965, assumiu em 30 de dezembro de 1965, e arcebispo metropolitano de 18 de maio de 1967 a 23 de janeiro de 1991;

Dom Eusébio Oscar Scheid, SCJ – nomeado em 23 de janeiro de 1991, tomou posse em 16 de março do mesmo ano, permanecendo até 25 de julho de 2001;

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ – em 20 de fevereiro de 2002 foi nomeado Arcebispo de Florianópolis; assumiu em 27 de abril de 2002 e permaneceu até 12 de janeiro de 2011;

Dom Wilson Tadeu Jönck, SCJ – nomeado em 28 de setembro de 2011, assumiu em 15 de novembro de 2011.

Arcebispo Coadjutor:

Dom Felício César da Cunha Vasconcellos, OFM – de 3 de abril de 1957 a 25 de março de 1965.

Bispos auxiliares:

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ – de 20 de fevereiro de 1985 a 8 de maio de 1991;

Dom Vito Schlickmann – de 25 de março de 1995 a 3 de março de 2004;

Dom José Negri, PIME – de 14 de dezembro de 2005 a 18 de fevereiro de 2009.

Referências

ARQUIDIOCESE DE FLORIANÓPOLIS. Anuário 2015;

PIAZZA, Walter Fernando. A epopéia açórico-madeirense (1748-1756). Florianópolis, Editora da UFSC, 1992;

CABRAL, Oswaldo Rodrigues. Nossa Senhora do Desterro. Volume 1: Notícia. Volume 2: Memória. Florianópolis: Lunardelli, 1979;

BESEN, José Artulino. História de Bispos em Santa Catarina. Florianópolis: Academia Catarinense de Letras, 2014.


JOSÉ ARTULINO BESEN