Diferencia entre revisiones de «GOIÂNIA; (Goiás) – Arquidiocese»
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A Província Eclesiástica de Goiânia é fruto da reorganização das circunscrições eclesiásticas da antiga Arquidiocese de Goiás que teve como primeiro e único Arcebispo Dom Emanuel Gomes de Oliveira. De fato, no dia 08 de maio de 1955, Dom Emanuel se reunia com os bispos sufragâneos para, juntos, estudarem a reorganização territorial da província eclesiástica de Goiás, inclusive a criação da Arquidiocese de Goiânia. No entanto, o Arcebispo de Goiás veio a falecer no dia 12 de maio de 1955, ainda estando reunidos os bispos sufragâneos. | A Província Eclesiástica de Goiânia é fruto da reorganização das circunscrições eclesiásticas da antiga Arquidiocese de Goiás que teve como primeiro e único Arcebispo Dom Emanuel Gomes de Oliveira. De fato, no dia 08 de maio de 1955, Dom Emanuel se reunia com os bispos sufragâneos para, juntos, estudarem a reorganização territorial da província eclesiástica de Goiás, inclusive a criação da Arquidiocese de Goiânia. No entanto, o Arcebispo de Goiás veio a falecer no dia 12 de maio de 1955, ainda estando reunidos os bispos sufragâneos. | ||
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Historia
A Província Eclesiástica de Goiânia é fruto da reorganização das circunscrições eclesiásticas da antiga Arquidiocese de Goiás que teve como primeiro e único Arcebispo Dom Emanuel Gomes de Oliveira. De fato, no dia 08 de maio de 1955, Dom Emanuel se reunia com os bispos sufragâneos para, juntos, estudarem a reorganização territorial da província eclesiástica de Goiás, inclusive a criação da Arquidiocese de Goiânia. No entanto, o Arcebispo de Goiás veio a falecer no dia 12 de maio de 1955, ainda estando reunidos os bispos sufragâneos.
Não obstante, os estudos para a reformulação da província eclesiástica estavam quase concluídos e foram ultimados pelo episcopado goiano em reunião posterior[1]. A Arquidiocese de Goiânia foi criada pela bula Sanctissima Christi Voluntas do Papa Pio XII, em 26 de março de 1956. Com a sua criação, extinguiu-se a Arquidiocese de Goiás que passou à categoria de Diocese. Para primeiro arcebispo foi nomeado, a 7 de março de 1957, Dom Fernando Gomes dos Santos, até então Bispo de Aracaju. Em 16 de junho de 1957, o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Armando Lombardi, procedeu à instalação canônica da Arquidiocese de Goiânia. Dom Fernando Gomes dos Santos toma posse nesse mesmo ato e assume o pastoreio. Iniciava-se uma época preciosa para a igreja goiana.
Dom Fernando percebeu as rápidas mudanças pelas quais passava o Estado de Goiás que em pouco menos de trinta anos vira surgir duas novas cidades que carreariam para o Brasil Central significativas mudanças. Goiânia, fundada em 1933, fora um real fator de desenvolvimento do Estado, e Brasília, surgindo no Planalto Central, atraía os olhos de toda a nação para o Centro-Oeste do País. Época de esperança no progresso nacional, de novas exigências para a evangelização e desafios para a Igreja dentro de um contexto de urbanização e migração ascendentes.
A Província Eclesiástica de Goiânia é formada pela Arquidiocese de Goiânia e pelas Dioceses de Anápolis, Goiás, Itumbiara, Ipameri, São Luís de Montes Belos, Rubiataba/Mozarlândia e Jataí. A Arquidiocese de Goiânia e todas as Dioceses sufragâneas estão no Estado de Goiás e integram o Regional Centro-Oeste da CNBB. A padroeira da Arquidiocese e da cidade de Goiânia, também orago de sua Catedral, é Nossa Senhora Auxiliadora, com festa celebrada a 24 de maio, sendo este dia feriado municipal.
A Arquidiocese de Goiânia é formada por 27 municípios e tem ao todo 117 paróquias, 8 quase paróquias e duas basílicas menores. Dentre o conjunto de instituições católicas criadas para o fomento à evangelização, sem dúvida se deve ressaltar as entidades voltadas para a educação, ensino e saúde. Além da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, a Igreja Arquidiocesana conta com mais vinte instituições de ensino de primeira fase e ensino médio, dirigidas por religiosos e leigos.
Conta a Arquidiocese com a Santa Casa de Misericórdia, em Goiânia, e a Vila São José Bento Cottolengo, em Trindade, hospital filantrópico, com internato especializado em reabilitação para portadores de necessidades especiais e procedimentos de alta complexidade. Ao todo são mais de 65 obras assistenciais em toda a Arquidiocese, trabalho fecundo de assistência principalmente aos menos favorecidos.
Episcopológio:
A Arquidiocese de Goiânia teve como arcebispos Dom Fernando Gomes dos Santos (1957 – 1985) e Dom Antonio Ribeiro de Oliveira (1985 – 2002). O Arcebispo atual (2016) é Dom Washington Cruz, oriundo da Congregação da Paixão de Jesus Cristo.
Arcebispos
Dom Fernando Gomes dos Santos (Patos, PB, 04/04/1910 – Goiânia, 1º/06/1985). Lema: Praedica Verbum (Pregar a Palavra). Dom Fernando, nos primeiros meses à frente da Arquidiocese organizou a cúria metropolitana e deu novo impulso á finalização das obras da catedral. Organizado o aparelho administrativo arquidiocesano, partiu para outras frentes: “imprimiu direcionamento à Romaria do Divino Pai Eterno, confiada aos padres redentoristas, tomando feições novas a Pastoral das Romarias; levou adiante a preparação de espaços físicos do seminário da Arquidiocese e de um Centro de Formação e Treinamento de Líderes (hoje, Centro Pastoral Dom Fernando). Maior, porém, para a história da nossa Igreja, foi o seu empenho evangelizador”.[2]
Nesse sentido, deu início, a partir de julho de 1957, às reuniões mensais do clero, que ocorrem ainda hoje. Convidou as religiosas a se engajarem nas pastorais e incentivou o trabalho do leigo na Igreja. Para isso deu novo impulso à Ação Católica arquidiocesana e às diversas associações religiosas. Contando com poucos sacerdotes diocesanos, criou a Obra das Vocações Sacerdotais que não tardaria a dar frutos à arquidiocese.
Adquiriu em 1958 a Rádio Difusora de Goiânia, que propiciou a implantação do Movimento de Educação de Base – MEB, estímulo profícuo para a alfabetização e consciência sindical dos trabalhadores rurais do estado de Goiás. Ainda na área da comunicação criou a Revista da Arquidiocese, ainda existente, e o jornal Brasil Central que circulou por vários anos. Seu trabalho em prol da nova capital do País foi providencial quanto ao atendimento do grande número de trabalhadores que chegavam de todas as partes do Brasil.
Nomeou logo no início das obras um Vigário Geral residente. Com o apoio de Juscelino Kubitschek, presidente da República, demarcou as áreas para as futuras igrejas e colégios religiosos, criando as duas primeiras paróquias da nova capital federal. Criou em 1958 a Sociedade Goiana de Cultura, mantenedora da primeira universidade do Centro-Oeste do Brasil, a Universidade Católica de Goiás, fundada no ano seguinte, 1959, e hoje Pontifícia Universidade Católica de Goiás, centro de irradiação da cultura, da fé e da ciência no Brasil Central.
Também em 1959, Dom Fernando, com uma equipe de técnicos, promoveu uma reforma agrária em terras da Fazenda Conceição, pertencente à arquidiocese, doando a 50 famílias lotes de terras e oferecendo a elas assistência técnica e social. Participou do Concílio Vaticano II de 1962 a 1965, o que marcou indelevelmente a sua ação na Igreja Arquidiocesana: pastoral de conjunto, colegialidade, renovação, evangelização ligada à realidade concreta, à mudança social e econômica de Goiás e do Brasil. No Concílio teve seis intervenções, quatro escritas e duas orais.[3]
Teve participação ativa na criação do Regional Centro-Oeste da CNBB (Sem violência e sem medo, 15). Em Medellín, no ano de 1968, teve posição destacada ao elaborar o relatório sobre os meios de comunicação. Defensor da democracia, não transigiu com o poder na época da ditadura militar, lutando em prol da liberdade e dignidade cidadãs. Estudou a reorganização territorial da Igreja Goiana, coordenando a criação das dioceses de Anápolis, Ipameri, Itumbiara, São Luís de Montes Belos, Miracema do Norte, Rubiataba, e também da arquidiocese de Brasília.
Em 1975, em Goiânia, deu amplo apoio à criação da CPT – Comissão Pastoral da Terra, e à realização de assembleias e cursos nacionais e regionais do Conselho Indigenista Missionário – CIMI. Faleceu em Goiânia a 1º de junho de 1985.
Dom Antônio Ribeiro de Oliveira (Orizona, GO, 10/06/1926). Dom Antonio, então Bispo de Ipameri, foi nomeado Arcebispo de Goiânia pelo Papa João Paulo II, a 23 de outubro de 1986, tomando posse a 12 de janeiro de 1986.
Dom Washington Cruz (Itabuna, BA, 25/05/1946). Antes, Bispo de São Luís de Montes Belos, foi nomeado para Arcebispo de Goiânia pelo Papa João Paulo II a 08 de maio de 2002 e empossado a 14 de julho do mesmo ano.
Bispos Auxiliares
Dom Antonio Ribeiro de Oliveira (1961-1975), nomeado a 25 de agosto de 1961, pelo Papa João XXIII, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Goiânia e titular de Arindela.
Dom Waldemar Passini Dalbello (2010 – 2014), nomeado a 30 de dezembro de 2009, pelo Papa Bento XVI, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Goiânia, com a sede titular de Membressa.
Dom Levi Bonatto, nomeado Bispo Titular de Accia e Auxiliar de Goiânia pelo Papa Francisco, a 08 de outubro de 2014 e ordenado a 14 de dezembro do mesmo ano em São José dos Pinhais, Paraná.
Dom Moacir da Silva Arantes, nomeado Bispo Titular de Numidia e Auxiliar de Goiânia pelo Papa Francisco, a 11 de maio de 2016.
Notas
Referências
BERTAZZO, Giuseppe (org.) Arquidiocese de Goiânia 2002 – 2012. Goiânia: Editora da PUC Goiás, 2012.
FLEURY, Nelson Rafael. Histórias não Contadas. Goiânia: Editora PUC Goiás, 2010.
PINHEIRO, Antônio César Caldas (org.). 50 anos de vida episcopal de Dom Antonio Ribeiro de Oliveira. Goiânia: Editora da PUC Goiás, 2011.
PINHEIRO, Antônio César Caldas (org.). Jubileu de Prata da Ordenação Episcopal de Dom Washington Cruz 1987 – 2012. Goiânia: Editora da PUC Goiás, 2012.
PRADA, Francisco (Dom). Gênese das Circunscrições Eclesiásticas de Goiás. Goiânia: Gráfica e Editora Líder, 1979.
ANTÔNIO CÉSAR CALDAS PINHEIRO