KAINGANG; a missão do padre Chagas Lima

De Dicionário de História Cultural de la Iglesía en América Latina
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Características gerais do Kaingang

O habitat dos «Kaingang» abrange os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O historiador Lucio Tadeu Mota afirma que as primeiras presenças indígenas nesse território datam aproximadamente, oito mil anos. No atual Estado do Paraná, a presença dessa população é registrada pela documentação das «Missões jesuíticas do guayrá».

O missionário Nicolau Duran na «Carta Anua», descreve a presença de um grupo diferente dos reduzidos Guaranis próximos da redução de Incarnacion: “Desde esta reduccion de la incarnacion como vimos se comiençam a estender muy dilatados campos, que dan nombre a los muchos índios que los habitan y se llaman camperos, a distincion de lãs demas naciones que todos viven em los montes y rios, los mismos se llaman tanbien cavelludos porque traien tendido el cavello tan crecido que les cubre los ombros solo cercenado por toda la frente hasta lãs orejas. Dixense com outro nombre coronados porque aun las mugeres y ninõs usan a abrirse lãs coronas como los frayles.”

Raspar o cabelo da parte superior da cabeça em forma de coroa era costume em algumas ordens religiosas como os franciscanos e até no clero diocesano se usava, era a Chamada «tonsura». Por isso que o Padre Duran diz que tais índios usavam abrir coroas como os frades.

Quanto a origem dos «Kaingang», existe uma discussão muito grande no meio acadêmico a tal respeito. Apenas para pontuar a discussão consideramos que embora as afirmações arqueológicas (PRONAPA), sejam de acordo que os Kaingang são autóctones da Região sul e sudeste, estudos recentes não são de acordo.

Os estudos recentes são interdisciplinares, mais completos e comprovam que os «Kaingang» não são originários da região sul do Brasil. Eles migraram da região central do Brasil junto com os «Xokleng», os dois grupos fazem parte do tronco linguístico Jê, cuja família está estabelecida no planalto central e apenas os Kaingang e os Xocleng separam-se dos demais grupos.

A língua Kaingang não era tarefa fácil de entender, o Padre Chagas encontrou muitas dificuldades na catequese dos índios por não entender direito sua linguagem. Vale ainda ressaltar que o Padre Chagas já havia sido catequista em São João de Queluz, dos indígenas «Puri», que pertenciam ao mesmo tronco lingüístico Macro-Jê.

Depois da rápida apresentação da origem geográfica e do grupo lingüístico a que pertencem os Kaingang, pretende-se apresentar os aspectos característicos dos mesmos. A forma de sobrevivência dos Kaingang é a caça e a coleta. Para a sobrevivência dos Kaingang se fazia necessário um espaço territorial assim composto: “Enquanto espaço de subsistência, a unidade territorial de uma sociedade Kaingang pode ser assim resumida: constitui-se de um espaço físico – composto por serras (Krin), campos (rê) e florestas (Nén) – onde os grupos possam exercer suas atividades de caça, pesca, coleta e plantio de milho, abóbora, feijão e batata-doce. Esse vasto território constituía um espaço de contínuos deslocamentos dos grupos para desenvolverem suas atividades de subsistência material e reprodução social (grifo nosso).” Esse território constitui um espaço de perambulação cíclica dos grupos, que desenvolvem aí suas atividades econômicas, sociais e rituais. Para identificar e diferenciar os indígenas que viviam nos Campos de Guarapuava, o Padre Chagas utilizou nomenclaturas como («Cames» e «Votoroes»).

A etnografia revelou que de fato a denominação «Cames» remetia à existência de uma organização dualista da sociedade Kaingang. O mito de origem coletado por Telêmaco Borba, à época que foi administrador do aldeamento de São Pedro de Alcântara, demonstrou a cosmologia Kaingang estruturalmente dividida e hierarquizada nas metades Kamé e Kaĩru. A pesquisadora Juracilda Veiga, ainda quanto ao mito de origem dos Kaingang diz: “Os Kamé e Kaĩru são, simultaneamente, os pais ancestrais, as metades clânicas e as duas seções numericamente majoritárias; Votor e Wonhétky são as seções minoritárias e exercem funções cerimoniais. [...] no tempo mítico os Kaingang organizavam-se simplesmente como (Kamé e Kaĩru) e que, num determinado momento, fizeram aliança com um terceiro grupo, os Kaingang, e por fim, incorporaram os Curuton.”

É possível representar a citação acima com a seguinte figura:

De acordo com Juracilda, as metades Kamé e Kaĩru, concebidas no mito de origem Kaingang como os heróis míticos criadores da sociedade, ao mesmo tempo em que são opostas, se complementam e perfazem uma divisão social, sendo as metades majoritárias. Dessa forma, cada metade comporta duas seções: Kamé comporta Kamé e Wonhétky, e Kaĩru comporta Kaĩru e Votor.

A distinção das metades se daria, preferencialmente, por meio da pintura corporal: uma «marca comprida» na face distinguiria os Kamé e uma «marca redonda», os Kaĩru. Já segundo Nimuendaju, as pinturas corporais dos Kamé e Kaĩru “eram as manifestações da descendência e do dualismo Kaingang onde todos os seres da natureza tinham uma relação com as metades”.

Essas manifestações se apresentam claramente na realização do «Ritual do Kiki». O Kiki é a mais importante manifestação cultural dos Kaingang. Nesse ritual se percebe a presença dos seus mitos, sua organização social, seu parentesco, suas divisões, sua cosmologia, sua ligação com a natureza, enfim, a identidade Kiangang.

Para a realização desse ritual, (o Kiki) os indígenas deverão estar agrupados junto aos seus respectivos subgrupos, para que não ocorra nenhum tipo de extravio da sua origem tribal. Todos os gestos, símbolos e sinais se manifestam no «Ritual do Kiki». Por isso, esse é o momento em que suas manifestações culturais ganham sentido e sobrevivência para todas as metades, ou subgrupos. Estudos recentes comprovam as divisões grupais relatadas pelo Padre Chagas, como «Votorons» e os «Camés» através da observação do «Ritual do Kiki».

O Kiki é uma bebida preparada em cocho de pinheiro (Araucária Augustifolia), derrubado especialmente para essa finalidade. Dentro desse cocho eram depositados água e mel. Após esse procedimento, o cocho era fechado para que a seiva do pinheiro passasse por um processo de fermentação junto com os outros dois ingredientes, produzindo então a bebida denominada «Kiki», a qual era consumida no ultimo dia do ritual por todos os Kaingang.

Em um de seus relatos, Padre Chagas mencionou duas bebidas preparadas pelos indígenas para a realização de rituais, o que o religioso se referia “[...] a bailes obscenos, entre bebidas embriagantes, a que davam o nome de Koafé, quando eram fabricadas de milho, e Koaqui, quando de pinhão[...] (grifo nosso). É possível que essas bebidas descritas pelo Padre Chagas possam estar relacionadas ao Ritual do Kiki.

Não é tarefa fácil entender e descrever rapidamente as características dos Kaingang assim como sua cosmovisão. Ainda mais difícil foi para o Padre Chagas entender tal universo, o que se percebe da documentação é que conseguiu entender em parte. Em muitos dos documentos escritos pelo religioso, percebe-se um grande esforço por parte do mesmo em usar os costumes e crenças dos indígenas aplicando-os na Catequese Católica.

Outras vezes, vem à tona a incapacidade de entender o universo Kaingang e a grande disparidade entre os dois mundos: o europeu (Padre Chagas e colonizadores) e o indígena (Kaingang). Daí, a grande dificuldade na catequização e conversão dos Kaingang.

Orientações da Igreja que nortearam o trabalho do Padre Chagas junto aos indígenas O Padre Chagas nos deixou importante material escrito a respeito de seu trabalho. Através da leitura de seus registros se evidencia que ele tinha conhecimento atualizado das normas da Igreja. É notório que as normas no que se referem aos registros e livros paroquiais se tornaram obrigatórios para toda a Igreja a partir do Concilio de Trento. Mas sabe-se também das dificuldades que tais normas enfrentavam para chegar a determinados locais. Na América latina e em especial no Brasil, era ainda mais difícil devido a distancia e também problemas de relacionamentos entre a Santa Sé e o Império Português. Daí que nesta pesquisa veio o questionamento, não obstante os seus estudos de teologia e filosofia, de onde o Padre Chagas conseguiu fundamentos tão sólidos para sua catequese indígena? Pois, filosofia e teologia não ensinam a catequizar indígenas.

Conhecedor de toda a dificuldade da Igreja no Brasil Colônia no século XVIII, o Arcebispo da Arquidiocese da Bahia Dom Sebastião Monteiro Da Vide Publicou em 1707 «As Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia». O objetivo foi eliminar uma lacuna nas orientações eclesiásticas para o trabalho da Arquidiocese da Bahia. Esse material foi tão importante e também único dessa natureza na época, que rapidamente outras regiões da Colônia adotaram suas resoluções e, assim, se foi, estruturando a ação da Igreja na colônia Brasil.

Até então as orientações em vigor eram baseadas em documentos das dioceses de Portugal e, principalmente do Arcebispado de Lisboa, de forma que essas orientações não correspondiam à realidade vivenciada na colônia. As «Constituições» orientavam o clero brasileiro quanto aos aspectos morais, administração dos sacramentos e consequentemente no controle da população por meio dos registros paroquiais.

Enfim, as «Constituições» significaram uma adequação dos decretos e constituições do Concilio de Trento para a Igreja no Brasil. Eram essas «Constituições» que fundamentavam e davam as normas ao brilhante trabalho do Padre Chagas junto aos indígenas dos Campos de Guarapuava dado que suas ações correspondem às orientações das «Constituições».

A importância dos registros de batismo dos Kaingang Antes ainda da analise propriamente dita dos registros de batismos, se faz necessário a justificação do por que do atraso para começar a catequese nos Campos de Guarapuava. Pela pesquisa documental se sabe que o local escolhido para a construção das casas, capela e destacamento militar, levou o nome de «Atalaya». Os componentes da expedição sabiam muito bem que naqueles Campos concentravam-se um numero significativo de indígenas oponentes a presença do homem branco.

Para evitar surpresas desagradáveis como a ocorrida com Afonso Botelho em 1772, foi necessário estabelecer sentinelas para vigiar possíveis investidas dos indígenas contra o novo alojamento.

De fato, depois de quarenta dias da chegada dos luso-brasileiros aos Campos de Guarapuava, os indígenas visitaram o «Fortim Atalaia», porém mostraram-se dóceis, fazendo com que os povoadores acreditassem na facilidade da civilização dos mesmos. Padre Chagas relata essa primeira visita da seguinte forma: “[...] provenientes de uma corporação de 30 a 40 indios, as quaes deramm motivo ao alarme no posto da expedição. Indo a tropa reconhece-los, elles já de longe depuzeram as armas, para que aquella fizesse o mesmo; fallam, porêm não sés entendem, dando comtudo a conhecer, por acenos, que desejavam pacificamente chegar ao acampamento; o que lhes foi concedido.” Na verdade, o objetivo dos índios era conhecer o poder de guerra dos luso-brasileiros como: armamentos e numero de soldados. A primeira tática usada pelos índios foi a oferta de mulheres aos homens da expedição. Essa mesma estratégia já havia sido utilizada no tempo da expedição de Afonso Botelho há 40 anos. Visto que o poder de guerra dos brancos era muito maior, os índios procuraram atrair os homens para fora de «Atalaya» e assim, enfraquece-los.

O historiador Lucio Mota é dessa opinião: “Ora, seguramente os Kaingang não deixaram suas mulheres por simpatia ou por costume. Impossibilitados de fazer um ataque frontal ao forte de Atalaia, protegido por uma estacada de paus e fechado por portões, e devido à quantidade de soldados e armamentos, tentaram seduzir os soldados com suas mulheres e leva-los para fora da fortaleza.”

Deparando-se com a oferenda dos índios, o Padre Chagas reagiu e pediu aos homens que não tocassem nas mulheres, sob pena de excomunhão para quem desrespeitasse suas ordens. Os Kaingang ao voltarem e constatarem que suas ofertas fora rejeitadas, interpretaram como insulto. Assim, estava declarado o conflito.

A primeira tentativa de ataque com a oferta de mulheres foi frustrada, o que fez os índios tentarem uma nova investida. No dia 29 de Agosto de 1810 eles cercaram e atacaram o Fortim Atalaya. Novamente amargaram uma derrota, não obstante a superioridade numérica no numero de guerreiros em relação aos dos luso-brasileiros, suas armas foram insuficientes perante o poderio de fogo das forças que guarneciam o Atalaya.

Segundo Arthur Martins Franco fazendo referencia a um oficio mandado à Junta da Real Expedição pelo Padre Chagas em 4 de Setembro de 1810, diz que, “o combate durou seis horas e terminou com o desbarato dos assaltantes que se retirarão com muitos mortos e feridos, dos nossos ficou ferido levemente em hum pé hum soldado e outro na cara”.

Esse fato ocasionou a dispersão dos Kaingang nas matas e atrasando assim o inicio do processo de catequização e conversão. Passaram-se quase dois anos para que índios e luso-brasileiros se encontrassem novamente.

Por isso, o primeiro registro que se tem da catequização dos indígenas aconteceu somente em Fevereiro do ano de 1812, ano no qual foi batizado o filho do Cacique Pahy; portanto, quase dois anos depois da entrada nos Campos de Guarapuava. O Padre Chagas registra o batismo: “Aos vinte e dous dias do mês de Fevereiro do anno de mil oitocentos e dose, nesta capella da Atalaya dos Campos de Guarapuaba, baptisei solemnemente, e pus os santos oleoz a Francisco innocente de idade quatro annos e pouco mais, ou menos, filho de Pahy, e de sua mulher Coian, todos oriundos do Gentio Selavagem habitante nesse continente, surpresoz nas vertentes do rio Caverno (sic), trazidoz para este Abarracamento no dia vinte e nove de Janeiro proximo passado. O que fis sem obter mais que o consentimento material de seus pais, em cujo poder está o dito innocente, por se achar gravemente enfermo, e em perigo de vida. Forao padrinhos o Tenente Coronel Commandante em Xefe desta Expedição Diogo Pinto de Azevedo Portugal, e sua mulher Dona Rita Ferreira Buena. Do que para constar faço este assento.”

Com as informações contidas no referido registro, temos claramente a data da chegada desses indígenas no povoamento de Atalaya, ou seja, 29 de Janeiro de 1812, assim como as demais informações que pedem os cânones da Igreja, a saber: data do batismo: 22 de Fevereiro de 1812; local: capella da Atalaya dos Campos de Guarapuaba; nome do Batizando: Francisco; a forma da celebração : solemnemente; idade: quatro annos e pouco mais, ou menos; os nomes dos pais: Pahy e Coian; a origem dos pais: oriundos do Gentio Selvagem habitante nesse continente; como chegaram até o Fortim Atalaia: surpresoz nas vertentes do rio Caverno (sic), trazidoz para este Abarracamento; o dia em que chegaram: Vinte e nove de Janeiro próximo passado (29/01/1812); consentimento dos pais: consentimento material dos pais; a causa do batismo: por se achar gravemente enfermo, e em perigo de vida; Padrinhos: Tenente Coronel Commandante em Xefe desta Expedição Diogo Pinto de Azevedo Portugal, e sua mulher Dona Rita Ferreira de Oliveira.

A realização do batismo proporcionava duas funções dentro da sociedade colonial, uma civil, outra eclesiástica. A Coroa Portuguesa não tinha o controle absoluto da população indígena na sua colônia por diversos fatores, o mais significativo empecilho para isso era o fato de grupos indígenas se alojarem em distancia pouco conhecidas e transitáveis.

Nesse caso, o batismo se tornou fundamental para o conhecimento dessas populações, e peça chave no processo do expansionismo luso-brasileiro ao justificar via registro, a permanência dos luso-brasileiros em terras supostamente dos espanhóis.

Essas informações que eram registradas na administração de sacramentos, os padres, obrigatoriamente, deveriam prestar contas para seus superiores de sua realização, de forma que justificava o alargamento do catolicismo seja em aldeamentos ou missões. No caso do Padre Chagas, ele deveria prestar contas à Junta da Real Expedição de Conquista dos Campos de Guarapuava. Graças a tais informações que podemos hoje estudar e analisar os acontecidos.

Além dessas informações, os registros paroquiais serviam também para legitimar o status civil dos indígenas perante a sociedade portuguesa. Dessa forma, as autoridades portuguesas, principalmente os presidentes de províncias, vão servir-se das estimativas populacionais embasados nos livros paroquiais. “[...] era o batismo que conferia a um determinado individuo seu certificado legal de existência, uma vez que, antes da Republica, (isso significa até 1889) não existia o registro civil no Brasil”.

Analisando o Livro de batismo n° 1 do Arquivo da Paróquia e Catedral Nossa Senhora de Belém, percebe-se que o ano de 1812 foi o ano em que o Padre Chagas mais registrou sacramentos do batismo. Nesse ano foram realizados 121 batismos. Percebe-se que após o ano de 1812, houve uma queda considerável no numero de batismos.

Somente em 1827 novamente aumentou o numero de batismos, foram 48 batizados naquele ano. O aumento está relacionado ao retorno de um grupo indígena que havia estado na povoação e que há anos havia deixado a Atalaia para viver no sertão. O Padre Chagas descreve o acontecido: “No anno de 1823 a horda inteira dos Votoroes (de 100 indivíduos, mais ou menos) se apartou da Aldeã para os sertões da parte do Campo do Pinhão, a distancia de 12 leguas, levando comsigo duas famílias dos Cames, já baptizados, aonde estiveram incommunicaveis até 1827, em o qual voltaram. N’este tempo todos os solteiros e casados tomaram novas esposas a torto e direito, continuando na vida irada, apezar de não ignorarem as instrucçoes que haviam recebidos do Missionário, que tanto os havia exhortado”.

Percebe-se a grande dificuldade do Padre Chagas na catequização dos indígenas devido à sua inconstância. A mobilidade é algo constante na vida dos Kaingang. Faz parte de sua cultura e da composição dos grupos como se verifica na análise do item 2.1. Porém, para a catequese era um dos problemas maiores a ser vencido.

A partir do descrito acima, pode-se concluir que a importância dos registros de batismos dos Kaingang era dupla: por um lado, servia como prova da ocupação dos territórios por parte da Coroa portuguesa e do crescimento do numero de fieis batizados, salvados da Igreja Católica, por outro, era a prova da existência daqueles indígenas perante as leis portuguesas, e como tal passavam a ter deveres e direitos.

NOTAS