JUNDIAÍ; (São Paulo) – Diocese

De Dicionário de História Cultural de la Iglesía en América Latina
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Por meio do incentivo de Dom Agnelo Cardeal Rossi, Arcebispo de São Paulo, a Diocese de Jundiaí foi criada pelo Papa Paulo VI com a Bula Quantum Conferat, datada de 07 de novembro de 1966. O território da nova circunscrição eclesiástica foi subtraído às Arquidioceses de São Paulo e de Campinas.

Segundo os limites da administração civil, foram desmembrados da Arquidiocese de São Paulo os seguintes municípios: Cabreúva, Cajamar, Campo Limpo Paulista, Itu, Itupeva, Jundiaí, Pirapora do Bom Jesus, Santana do Parnaíba, Salto, Várzea Paulista. Da Arquidiocese de Campinas, por sua vez, assumiu-se o município de Louveira.

A Igreja Matriz da cidade de Jundiaí, erguida em honra de Nossa Senhora do Desterro, tornou-se a Catedral da nova Diocese. Quando de sua criação, a circunscrição eclesiástica contava com 20 paróquias distribuídas pelos onze municípios. A população, então, era de 400.000 habitantes, numa área geográfica de 2.258 km². Instalada no dia 06 de janeiro de 1967, toma posse da nova Diocese seu primeiro Bispo, Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, O.C. (1967-1982), natural da cidade de Itu. Coube a D. Gabriel colocar as bases sólidas da nova Igreja Particular dentro do mais autêntico espírito do Concílio Vaticano II (1962-1965), do qual tomou parte como Padre Conciliar em todas as sessões. Organizou o Conselho Presbiteral e o Conselho Administrativo, além de várias pastorais. Fundou também o Seminário Diocesano, a 6 de janeiro de 1980. Grande místico e asceta, Dom Gabriel faleceu, em odor de santidade, no dia 11 de março de 1982. Está em andamento seu processo de canonização. Seu lema episcopal era Filius ancillae tuae (Sl 115,16).

A Dom Gabriel sucederam-se Dom Roberto Pinarello de Almeida (1982-1996), Dom Amaury Castanho (1996-2004), Dom Gil Antônio Moreira (2004-2009) e, desde 2010, Dom Vicente Costa. Durante todos esses anos, a Diocese foi se robustecendo e dando provas de sua dinamicidade eclesial. Merece destaque a criação de vários organismos, diversas instituições e pastorais, tais como a Escola Diaconal Santo Estevão (responsável pela formação dos numerosos diáconos permanentes), o Centro Catequético Dom Gabriel (voltado especialmente à formação dos catequistas e do laicato em geral), a Pastoral de Casais em Segunda União Estável (proposta vanguardista espalhada atualmente em mais de 70 dioceses no Brasil e no mundo), a Cáritas Diocesana, os Conselhos, nos diversos âmbitos, da Ação Evangelizadora e de Economia e Administração.

Conta, além disso, com o jornal «O Verbo», amplamente conhecido. Profundamente marcada pela presença de numerosos Movimentos Eclesiais, com menção especial ao Caminho Neocatecumenal e à Renovação Carismática Católica, a história da Diocese de Jundiaí testemunha os grandes benefícios suscitados pela “primavera do Espírito Santo”, que recordou aos fiéis leigos seu compromisso evangelizador. Na iminência de seu Jubileu de Ouro, a Diocese tem vivenciado a experiência das Santas Missões Populares, com a preparação de cerca de 10.000 missionários leigos e leigas.

No tocante à história e à geografia, interessa dizer que no perímetro diocesano, além das óbvias influências da colonização portuguesa, houve forte influxo da imigração italiana do fim do século XIX, que se pode demonstrar nas duas maiores cidades da Diocese: Jundiaí e Itu. Localizada aos pés da Serra do Japi, a cidade de Jundiaí, conhecida como Terra da Uva, é um importante polo industrial do Estado de São Paulo. Sua proximidade com a capital paulista (57,7 km²) contribui para o grande desenvolvimento assistido nas últimas décadas. Por sua vez, às margens do Rio Tietê, a cidade de Itu, chamada de a «Roma Brasileira» por causa do grande número de templos católicos em centro, se sobressai por seu grandioso valor histórico, tendo desempenhado importante papel no cenário nacional.

Inicialmente sufragânea da Arquidiocese de São Paulo, e desde 1992 compondo a Província Eclesiástica de Sorocaba, a Diocese de Jundiaí conta atualmente (2016) com 66 paróquias, e seu território, que é o mesmo desde sua criação, possui uma população de 1.400.000 habitantes. O clero é composto por mais de 90 presbíteros diocesanos, aproximadamente 30 presbíteros religiosos e 95 diáconos permanentes.

As casas religiosas, masculinas e femininas, também são numerosas. Três delas, inclusive, são de vida contemplativa. Os mais de 40 seminaristas diocesanos provam também a efervescência vocacional. Do clero incardinado foram eleitos três bispos: Dom Osvaldo Giuntini, atual Bispo Emérito de Marília-SP, Dom Joaquim Justino Carreira, falecido Bispo de Guarulhos-SP, e Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, Bispo de Colatina-ES.


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